René Descartes nasceu em La Haye, na França, em 1596.
Recebeu formação escolástica, era apaixonado por filosofia e matemática e durante toda sua vida viajou por boa parte da Europa.
Muito estudioso, passou a questionar a própria legitimidade de seus próprios, colocando-se como portador de uma ignorância crescente.
Posteriormente, passaria a duvidar dos alicerces do conhecimento de sua época.
Considerado um dos pais da modernidade, ficou famoso por ser a maior referência da escola racionalista.
Nesse sentido, suas obras foram por uns, exaltadas; por outros, condenadas devido ao teor supostamente herético.
Depois de sua morte – em 1650, na Suécia, onde trabalhava para a rainha Cristina – seus escritos chegaram a ser proibidos pela Igreja Católica.
“Mas imediatamente que eu observava isso, que os pensamentos de sonho se confundem com a realidade, ainda assim eu desejava pensar que tudo era falso, era absolutamente necessário que eu, quem pensa, seja algo; e enquanto eu observava que isso é verdadeiro, eu penso, logo existo, era tão certo e tão evidente que eu aceitei este como primeiro princípio de filosofia, que eu estava refletindo.”
Os 3 Argumentos Básicos do Método Cartesiano.

Segundo René Descartes, seu método cartesiano passa por três argumentos básicos.
O primeiro argumento é baseado nas limitações dos sentidos.
De acordo com René Descaretes, é impossível confiar nos nossos sentidos, pois eles são fontes de ilusões e enganos.
Em seu segundo argumento, René Descartes afirma que não sabemos diferenciar o mundo externo daquilo que é produto de nossa mente.
Por fim, o terceiro argumento está ancorado na teoria o gênio maligno.
Essa teoria explica que caso uma força maior passar a dedicar seus esforços para manipular a mente dos seres humanos, então precisamos de um método racional para validar aquilo que consideramos verdades.
Nesse sentido, o projeto cartesiano cumpre seu papel primordial: estabelecer uma dúvida radical.
Só com a dúvida é possível encontrar a verdade.
A Grande Dúvida de René Descartes.

Acompanhe o pensamento de René Descartes!
Se, por um lado, somos capazes de duvidar até mesmo dos nossos próprios sentidos, por outro, é impossível duvidar do pensamento.
Duvidar do pensamento é pensar.
Até mesmo a possibilidade de que exista um deus maligno necessita da existência de um ser racional e pensante preso numa ilusão criada pelo tal super maligno.
Assim, Descartes encontrou dois pontos de partida inquestionáveis: o pensamento racional e a existência.
Nasceu então a famosa frase cartesiana, o argumento do cogito.
“Penso, logo existo” (Cogito ergo sum).
Dessa forma, o filósofo relacionou o pensamento subjetivo com a realidade objetiva.
Como?
Defendendo que o pensamento – nossa única certeza – seria composto por ideias.
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Os Três Tipos de Ideia de René Descartes.

Para Descartes, existem três tipos de ideias:
- Ideias inatas;
- Ideias adventícias;
- Ideias fictícias.
As ideias inatas são naturais, e se encontram no indivíduo desde o seu nascimento.
Essas ideias não passaram pela experiência.
As ideias adventícias são empíricas, formadas ao longo da vida a partir de experiências.
Elas estando sujeitas à dúvida.
Por fim, as ideias fictícias se formam a partir de outras ideias.
René Descartes Provou a Existência de Deus?
René Descartes uniu o pensamento subjetivo e a realidade objetiva para provar a existência de Deus.
Ele leva em conta que Deus é uma ideia inata de um ser perfeito, contida na mente humana desde o nascimento.
O ser humano, por si só, não teria a capacidade de elaborar de maneira clara e distinta a ideia de perfeição.
Isso porque não temos nenhuma correspondência desse ideal no mundo concreto.
Nessa perspectiva, a ideia de perfeição seria inata, colocada em nós pelo próprio Deus.
E se Deus existe, o mundo por ele criado também existe.
Assim, dentro do argumento cartesiano, encontramos o “eu”.
Então, por meio do raciocínio dedutivo e das premissas anteriores, encontramos também a existência de Deus.
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Professor Krauss.

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