O senso comum é um julgamento prático sobre assuntos do cotidiano que é compartilhado pela maioria das pessoas.
Num primeiro momento, isso pode ser visto como um tipo de bom senso: “o jeito de ver as coisas como elas são e de fazer as coisas como deveriam ser feitas“.
Isso porque o senso comum está amparado na sabedoria popular. E, nesse sentido, concordar com a maioria parece ser sempre uma escolha menos trabalhosa.
Por isso, tal termo também pode ser interpretado como uma forma de conhecimento não-reflexivo, que não depende de treinamento especializado ou de estudo aprofundado.
A seguir você vai aprender:
- A origem do termo “senso comum“;
- O uso desse termo durante o iluminismo;
- Seu uso no contexto atual.
Por fim, você vai acompanhar 3 exemplos práticos de como esse conceito é aplicado na vida real.
A Origem em Aristóteles.

A origem do termo “senso comum” está nas obras de Aristóteles.
De acordo com a sua compreensão, cada um dos cinco sentidos tem um tipo específico de percepção.
Por exemplo: a visão pode ver a cor vermelha, o paladar pode degustar o sabor doce, o tato pode sentir o frio.
Dessa forma, cada sentido é usado para identificar distinções e entender melhor as coisas como elas são.
Contudo, Aristóteles usou essa explicação para definir como a mente animal – não apenas a mente humana – compartilha a mesma interpretação de diferentes sensações.
Assim, nesta discussão, o senso comum (κοινή, koiné) se refere às sensações compartilhadas por todos os animais (inclusive o homem) para compreender a realidade.
Senso Comum e Iluminismo.
Desde a Era do Iluminismo, o termo “senso comum” tem sido usado com frequência para efeito retórico, muitas vezes pejorativo.
O termo pode também ser comparado de forma negativa com preconceitos e superstições vulgares que vão contra os padrões básicos necessários para produção da lógica científica.
Isso teve início com as críticas feitas por René Descartes na disputa entre “empirismo vs. racionalismo“.
Para Descartes, o método de pensamento correto deveria ser baseado em padrões matemáticos. Por isso, o senso comum e as percepções sensoriais eram abordadas por ele com ceticismo.
Cenário Atual.

Hoje, o senso comum é uma imposição feita através de uma cultura sustentada por decisões mal feitas.
A palavra comum, por definição, sugere aquilo que é mantido por um grande número de pessoas.
“Se a maioria das pessoas pensa que algo faz sentido, então deve haver um julgamento sólido que sustente tal pensamento”.
Por isso, o senso comum é usado com frequência por quem tem pouco conhecimento ou experiência direta para fazer julgamentos sólidos.
Contudo, o julgamento da maioria não costuma oferecer informações suficientes para conclusões confiáveis.
Muito pelo contrário: se o senso comum fosse confiável, as pessoas não tomariam decisões prejudiciais amparadas pela opinião da maioria.
As pessoas jamais comprariam coisas que não podem pagar. Elas nunca colocariam um cigarro na boca. Nem comeriam alimentos pouco saudáveis.
A triste realidade é que confiar no senso comum aumenta as chances de julgamentos ruins, ao invés de sólidos.
Mas… quem ganha com isso?
Todos aqueles que tem real interesse em manipular suas opiniões em assuntos lucrativos, como política, consumo, felicidade, trabalho…
Por isso, meu sincero convite ao fim desse texto é claro: exercite seu senso crítico.
3 Exemplos Práticos de Senso Comum.

Confira abaixo 3 exemplos de senso comum:
- Consumo Impulsivo: É normal nos sentirmos tentados a comprar de forma impulsiva tudo aquilo que nos causa desejo. Contudo, nada (além da própria vontade) nos obriga a gastarmos nosso precioso dinheiro. Mesmo assim, muitas vezes compramos coisas que não precisamos apenas porque o consumo imediatista faz parte do senso comum.
- Redes Sociais: Ninguém é obrigado a ter perfis abertos nas redes sociais. Ainda assim, quem fica de fora do Instagram, Facebook ou Whatsapp caminha no sentido contrário do senso comum.
- Padrão de Beleza: É de senso comum que pessoas magras, em boa forma física e bem vestidas atendem aos princípios básicos dos padrões de beleza atuais. Contudo, você pode (e deve!) exercitar seu senso crítico para enxergar beleza fora dos padrões convencionais. Afinal, o que é belo depende dos olhos de quem vê.
Veja também outras afirmações que refletem o senso comum na sociedade brasileira:
- Todo político é corrupto;
- Pessoas ricas são gananciosas;
- Cursar o nível superior é garantia de sucesso profissional;
- Homem não chora;
- Usar óculos é sinal de inteligência;
Você se lembra de alguma afirmação que reflete o senso comum brasileiro?
Então escreva nos comentários desse artigo, e deixe sua contribuição para o debate!
Redes Sociais e Senso Comum.

Agora, quero te fazer um convite.
Há alguns anos percebi que algo estava errado na minha vida.
Aos poucos, percebi que o tempo gasto online era inversamente proporcional ao valor que eu dava às tarefas importantes.
O fato é que eu estava viciado em redes sociais, e como uma bola de neve, esse vício me causava cada vez mais prejuízos.
Escrevi um artigo completo explicando passo a passo como troquei o vício em redes sociais por livros.
De fato, esse conteúdo já ajudou mais de 30.000 pessoas, e tem potencial real para transformar a sua vida por completo.
Você pode acessar esse conteúdo no link abaixo.
Como Troquei o Vício em Redes Sociais por Livros? (10 Passos)